Em noite de “arame-liso” e excesso de cruzamentos na área, Vitória perde para o Náutico por 2×0 e está eliminado da Copa do Brasil

O Vitória entrou para o jogo decisivo de Copa do Brasil, que valia a premiação de R$ 2,3 milhões, como se fosse amistoso de fim de ano e pagou caro por isso.

Desde o pontapé inicial da partida, o time não mostrou estar ligado na importância da partida, aceitou fácil a marcação do Náutico e logo aos 5 minutos tomou o primeiro susto numa bola chutada na trave de Lucas Arcanjo.

Aos 27 minutos e aos 35 do primeiro tempo, em dois lances, o Náutico matou a partida e continua sendo, bisonhamente, uma pedra no sapato rubro-negro. O alvirrubro pernambucano é um time que está na Série C há pelo menos uns três anos e que disputou a Primeira Divisão pela última vez lá em 2013, mas mesmo assim, toda vez que enfrenta o Vitória consegue nos vencer e até com certa facilidade. Incrível, inacreditável!

O jogo da noite desta quarta-feira ficou marcado pelo estilo de jogo “arame-liso” do Vitória, isto é, toca pros lados e pra trás, nunca verticaliza, nem chuta em gol e cruza todas as bolas na área, 95% delas erradas, sendo cortadas pela defesa e as 5% que acham o centroavante, o maldito não consegue “matar” o goleiro. Dos 957 cruzamentos tentados ontem, o único que Janderson fez o veterano Muriel ter um pouco mais de trabalho foi aos 47 minutos do segundo tempo! Muito pouco! Que falta de repertório!

Ficou evidente a necessidade clara do Vitória em contratar. Não dá pra esperar o milagre de Janderson “incorporar” Alerrandro nesta Série A que está por vir. Carlinhos também não será este jogador. Ambos os centroavantes grandalhões que temos, vivem de lampejos e não tem muita intimidade com a bola e precisam de mais de três chances claras para acertar uma e na Série A, amigos, não será todo jogo que eles terão três ou mais chances de ouro pra fazer gol, as vezes é uma só e precisa ter letalidade.

Além de um centroavante mais completo, o Vitória precisa de pontas e de um meia centralizado mais agudo (só temos Matheuzinho). Lucas Braga é o típico jogador burocrático, funcionário de repartição pública, só faz o trivial, não tem um diferencial, não empolga! Gustavo Mosquito só consegue se sobressair contra times do interior da Bahia, muito oscilante, previsível e de uma jogada só.

O treinador Thiago Carpini precisa rever seu esquema de jogo e desenvolver outros estilos de jogo, sobretudo quando enfrenta times que vem todo retrancado. Ficar no “arame-liso” e cruzamento excessivo na área vem mostrando que não dá resultado, até porque não temos laterais especialistas nesse fundamento, tampouco centroavante que saiba cabecear com maior letalidade. Carlinhos ontem recuou várias para Muriel, Janderson, coitado, a natureza mesmo se encarrega do serviço.

Então não faz sentido ficar nessa “mono-jogada”. A solução de curto prazo é chutar de fora da área. Baralhas, Pepê, W. Rato, Ronald, W. Oliveira, enfim, os volantes e meias do time precisam aprimorar esse fundamento e ser incentivado a arriscar mais os chutes de média e longa distância. Outra solução é aprimorar os lances de bolas paradas, coisa que ficou muito forte com Léo Condé na Série B de 2023.

Enfim, foi uma vergonha completa a eliminação da Copa do Brasil ontem. Perder a invencibilidade de 22 jogos para um time que não vai fazer nada nesta temporada (nem mesmo sair da Série C) e que tomou recentemente 4 do CSA, empatou em casa contra o Sampaio Correa e foi eliminado do pernambucano para o Retrô ficou muito feio para o VITÓRIA e sua história.

DIRETORIA, abra o olho e os cofres! Com essas peças ofensivas (ou seria melhor INofensivas?) vamos passar perrengue mais uma vez na Série A. Tem que contratar e sem essa de pechinchar ou de ficar eternamente com o pires na mão. Nem aceito esse papo furado de que toda a grana que entra é pra pagar dívidas. Não existe clube nenhum que viva fazendo isso e largando o futebol como algo secundário ou terciário na vida do clube, cujo seu carro-chefe é justamente o Futebol.